Reviver a história do Colégio Ação Fraternal é relembrar um pouco o passado desta cidade de Itabuna, quando toda aquela área onde é a escola hoje era completamente cercada pelo mato. Por ali passava o riacho Lava Pés (hoje canal). Fundada em 13 de junho de 1947. O terreno, que servia para pastagens, pertencia ao Sr. Martinho Conceição.Tempos depois este mesmo terreno fora vendido a D. Amélia Amado.
Filha de Misael Tavares e D. Eufrosina Berbert Tavares, Amélia Amado nasceu em ilhéus, em 15 de julho de 1903, e estudou durante muitos anos no colégio Nossa Senhora da Piedade. Após ter se casado com o Dr. Gileno Amado (15 de julho de 1920), que na época exercia a profissão de advogado, D. Amélia foi morar no Rio de Janeiro, depois em Salvador.
Durante o tempo em que fixaram residência em outras cidades, D. Amélia teve a oportunidade de conhecer colégios de excelente qualidade. Talvez por ter tido a oportunidade de ter estudado sempre em bons colégios, D. Amélia ao retornar à Itabuna tivera a ideia de começar aqui uma escola profissionalizante destinada a pessoas de baixa renda. Esta escola teve início em julho de 1947 e funcionava num local próximo à sua residência, na Praça Olinto Leone. O curso L.E.C (Ler, Escrever e Cortar) foi o primeiro a ser dado. Depois vieram os cursos de Corte & Costura e Datilografia. A escola profissionalizante era mantida com doações de pessoas da comunidade.
Nesta mesma época o então prefeiro sr. Armando Freire se prontificou a colaborar mensalmente com uma quantia. No primeiro ano de funcionamento da Escola Profissionalizante foram matriculados cerca de 600 alunos. Com o passar dos anos, a escola foi crescendo e aumentando gradativamente o numero de cursos, passando a oferecer noções preliminares para o emprego no comércio, além de desenvolver um trabalho de assistência social como: agencias de emprego, ambulatório médico com gabinete dentário, uma farmácia e um atelier para a confecção de roupas para a população de roupas para a população carente.
Durante alguns anos várias pessoas trabalharam voluntariamente para a Escola Profissionalizante – sem remuneração. Muitos professores prestaram serviços gratuitamente, dentre eles os professores Elza Cordier (a primeira professora da Escola), Margarida Oliveira e Pedro Celestino. No trabalho de assistência social, alguns médicos, a pedido de D. Amélia, atendiam em seus próprios consultórios pessoas da comunidade que não dispunham de condições financeiras.
A escola profissionalizante funcionou na praça Olinto Leone entre 1947 e 1951. D. Amélia, porém, tinha o ideal de colocar em prática o seu antigo projeto: a construção de uma grande escola, com espaço amplo, quadras esportivas, biblioteca e outros prédios. Após comprar o terreno das mãos do Sr. Marinho Conceição, trouxe de Salvador os engenheiros e começou em 1954 a colocar em prática o seu projeto, bastante arrojado para a época.
Em 1959 Itabuna recebia o educandário compreendendo duas casas: a Casa de Santo Antônio, incluindo a parte da assistência social, mantendo cursos regulares de corte e costura, datilografia, alfabetização de adultos, enfermagem do lar, economia domestica, culinária, artesanato e o curso primário. Na outra parte do Colégio ficou a Casa de Maria Auxiliadora, reservada para os cursos pagos: primário, ginasial, cientifico e normal.
D. Amélia Amado sempre pensou em doar o colégio a uma irmandade. Dessa forma, em 1964 doou todo o colégio à Irmandade Francisca Hospitaleira sob caráter permanente e irrevogável. Nesta época, a AFI contava com um número total de 300 alunos.
O Colégio Ação Fraternal de Itabuna mantém, até hoje, a lembrança viva da sua fundadora. D. Amélia Amado faleceu aos oitenta anos, em 1983. Em sua homenagem está instalada na AFI um museu com fotografias e objetos pessoais que revelam a história da grande dama itabunense.
Por Maria das Graças [Estudante de Pedagogia da Fespi]
Colaboração: Moacir Garcia [Historiador]
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